Hoje, dia 5 de outubro, quando celebramos o Dia Nacional de Luta contra a Exposição ao Benzeno, a luta para reforçar a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras expostos a esse mal continua. E para contribuir, elaborar ações e reunir informações, a Rede de Vigilância da Exposição ao Benzeno lançou no último dia 26 de setembro, no III Congresso Latino-Americano de Toxicologia Ambiental, Experimental e Nanomateriais – Toxilatin 2023, em Belo Horizonte (MG), o site da rede que tem como objetivo ser um espaço sóciodiscursivo de ampla e consistente capacitação em rede para intervenção alicerçada no desenvolvimento integrado de tecnologias ágeis e efetivas de resultados de ações, estudos e pesquisas que orientam a prática em saúde voltadas a exposição do benzeno.
A mesa de abertura foi composta pela coordenadora do desenvolvimento do site e pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz) Rita Mattos e pela assessora da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) Maria Juliana Moura Correa. Ambas reconheceram a importância do lançamento do site em uma atividade como o ToxiLatin, um congresso latino-americano e reforçaram a importância de que a luta pela saúde do trabalhador expostos a essas substâncias permaneçam ativas. Logo em seguida, o site foi apresentado pela integrante do projeto Ana Luiza Michel e pelo pesquisador do Cesteh Leandro Carvalho.
Para enriquecer e continuar na construção do site, a atividade teve a participação de pesquisadores ativos na luta contra o benzeno, como o pesquisador da Fiocruz Brasília Jorge Mesquita Huet Machado, o médico e pesquisador da Universidade Federal da Paraiba (UFPB) Danilo Fernandes Costa, o ex-coordenador de Vigilância da Saúde do Trabalhador do Estado da Bahia e ex-membro da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, Alexandre Jacobina, o e Representante Sindical o diretor da Secretaria de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e integrante da diretoria colegiada do Sindipetro NF, Raimundo Teles e o diretor e coordenador de saúde e segurança da FNP e do Sindipetro Litoral Paulista Marcelo Juvenal.
Na parte da tarde, a integrante da Fundacentro aposentada, Arline Sydneia Abel Arcuri, fez uma apresentação contextualizando o início da atuação da Fundacentro contra a exposição de trabalhadores ao Benzeno. “A Fundacentro, especialmente após o acidente de 1973 quando ocorreu óbito de quatro trabalhadoras e 100 ficaram intoxicados em empresa de colagem de peças plásticas por imersão em benzeno, passou a se preocupar com os níveis de benzeno nos solventes comuns”, relembrou a pesquisadora, salientando que esse estudo foi relatado na dissertação da médica Celia Wakamatsu, então médica da Fundação.
A tecnologista da Fundacentro Patrícia Moura Dias apresentou o livro “Acordo e Legislação sobre o Benzeno:25 anos” lançado no dia 11 de setembro. A obra retrata a assinatura do Acordo Nacional do Benzeno realizada no dia 28 de setembro de 1995, no Brasil. O acordo foi estabelecido para lidar com os riscos à saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno, que é um componente tóxico e considerado cancerígeno que pode apresentar sérios riscos para a saúde, sobretudo para aqueles que estão constantemente expostos ao produto. Segundo a pesquisadora, o livro é um compilado de todos os decretos, notas técnicas, pareceres e portarias publicada desde a assinatura do acordo. O livro está disponível no site da Fundacentro.
Ao final da atividade foram elaboradas cincos resoluções consideradas prioridades de ação para a temática. Segundos os pesquisadores, fortalecer o espaço sociodiscursivo da Rede de Vigilância da Exposição ao Benzeno, além da integração ao Renast por meio da comunicação em saúde, criar um programa de educação continuada para a capacitação de trabalhadores em risco químico, o apoio da Rede em proposições de novas modalidades participativas que articulem as instâncias de trabalhadores, gestores e governo e apoiar os estudos sobre a necessidade de rede laboratorial, analítica no âmbito da toxivigilância, junto a rede do SUS são importantes para enriquecer o espaço sociodiscursivo da Rede de Vigilância da Exposição ao Benzeno.
Conheça o site
Desenvolvido no final do ano de 2018 pela Coordenação de Comunicação da ENSP (CCI/Ensp/Fiocruz) e pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp/Fiocruz) o site é de fácil navegação e busca reunir desde artigos, notícias, pareceres até a linha do tempo da trajetória da luta contra o Benzeno. O portal tem nove abas de navegação, além de banners paralelos que levam o leitor até o assunto desejado.
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RESOLUÇÕES DA OFICINA DA REDE DE VIGILÂNCIA DA EXPOSIÇÃO AO BENZENO